sexta-feira, 4 de junho de 2010

Em contagem…



Decrescente para descolar e assim dou por mim a minguar… evaporando cada pormenor, minuciosamente cuido de cada detalhe… como se não houvesse volta… que friozinho na barriga...
Volta há, seja ela qual for, fica sempre bem definidas as voltas a dar ao carrossel, com as fichas pagas por uma eternidade…
Na volta cá estarei nesta ou noutra feira de vaidades!
Mrs. Indigitada

quarta-feira, 19 de maio de 2010

A responsabilidade foi do pudim…

Ainda sinto o palpitar da máquina, a tentar restabelecer os batimentos cardíacos e a fazer um esforço para baixar os níveis da adrenalina… nunca me passou pela cabeça que uma ida à cozinha para salvar o meu belo pudim, sim salva-lo do dia seguinte, acabaria em tamanha agitação e iria resultar numa detenção em flagrante delito…

O pudim por mais incrível que pareça salvou-se da minha gula, está a olhar para mim e eu nem ai para ele, vai mesmo ficar para amanhã, agora só um trago de whisky me faz descer á terra e relatar o filme desencadeado pelos sentidos apurados aos barulhos alheios…

Pois bem abri a portita do “frigo” aquele que a maior parte do tempo nos sorri quando metemos a cabeça lá dentro como se fossemos á descoberta de um achado perdido… e ouvi vindo da rua um martelar seco de quem quer partir algo que não cede… a curiosidade mata e lá estava eu a dar de caras com a tentativa de um assalto a uma viatura… eu que ia assaltar o frigorifico deparo-me com um assalto real daqueles que vimos nos filmes?

Pára tudo… Age rápido, o que tens tu á mão para assustar o ladrão? Um quarto de queijo duro? Lanço o dito contra o carro? Grito? Ohh páa larga isso? Denuncio-me assim? Pensa, pensa rápido…luzes apagadas já…já… telemóvel tem o numero da PSP enquanto fico de guarda tento a chamada e as tentativas de derrotar um vidro teimoso permanecem, ligo mas o numero…. Mudou… mudou?

Normalmente é assim quando mais precisamos, os obstáculos surgem a porem-nos á prova, liga o 112…112...eles dão o numero… um atendimento eficiente rápido a fazer a ligação directa… em breves segundos consigo descrever ao agente a localização e identificar a viatura, num pedido de auxilio para que este furto fosse atempadamente travado, quem atendeu percebeu na integra o desenlace do filme e activou os meios, estão a 3 minutos do local…e nisto vou dando conta que o indevido já está dentro da viatura num “moche” de movimentos agitados em tentativa de uma ligação directa embarricado na sua sorte…

Que minutos longos… na expectativa da chegada de reforços reais contra o meu queijo duro que ainda pensei arremessar do alto do meu poleiro… chegaram em sentido oposto perspicazes… estacionaram ao lado… flagrante…vieram 2 (ouvem-se os gritos) sai do carro já…posicionam-se um de cada lado, o litigante já está clausulado de portas trancadas e vejo em tempo real a adrenalina de 2 homens iguais a tantos outros a enfrentarem o desconhecido, num misto de medo e bravura.. Gritam… abre essa merda já…. salta cá para fora, baixa a arma…

Enquanto isso sinto a minha batida cardíaca subir para 200, salta-me do peito… mas vou assistir sem me colocar em risco… há armas… pode ser mais grave do que inicialmente previa… ele insiste em resistir não cede á rendição iminente perante o flagra… oiço de novo a voz firme da autoridade baixa a faca… abre o carro “caral…” e tentam também em vão partir um vidro…

De salientar vidros duros de ceder merecem o prémio: “estorvo ao ladrão e a quem zela dar a mão” a agitação instala-se entre a policia oiço um grito eu mato-te cabr… abre essa merda… sente-se a voz tremula como se um hesitar naquele momento pudesse resultar num erro trágico, mas firme ciente que vai agir … oiço um tiro seco… abaixo-me… sempre ouvi dizer que se pode morrer de uma bala perdida…intimidam sim…

Regresso á cena… apercebo-me que foi um tiro intimidatório… acaba de chegar mais uma viatura com 4 indevidos à paisana (banditismo, policia especial)? Pouco importa, chegaram reforços para actuação e o indevido ainda entrincheirado na viatura (neste momento questiono-me o porquê daquele jovem não condescender?) cede…não sejas idiota… digo baixinho num tom de tristeza a pesar-me alguma culpa… é tramada a posição em que a vida por vezes nos coloca… fazer o certo não tenho dúvidas… mas o preço por vezes é doloroso… e era já uma aflição o que sentia a assistir ao prolongar daquela angustia que de certo se tinha instaurado dentro daquele carro… oiço a voz de uma mulher que sobressai entre a deles… Abre o carro, tens que sair… mais serena, num apelo á consciência será que nestas alturas ela está lá?

Conseguiram abrir a viatura á força, os gritos de pânico soltam-se não se percebe o que se grita… num agarrar com a robustez que é exigida nestas horas, num desatar da adrenalina e do descomprimir de toda a tensão envolvente… sente-se bem no ar o peso…

O lançar do corpo no chão o amordaçar as palavras e os gritos de medo… que vem das profundezas do ser, estava ali tudo espelhado... perante os meus olhos e a invadir-me a alma com tanto sentir…

Percebo que levou uns abanões… umas chapadas depois de algemado, seria necessário? Faz parte do descarregar da tensão que ele próprio causou? Não consigo julgar a esta hora…

Mais uma viatura… oiço a central que está ligada a solicitar mais reforços para o local… chega mais uma equipa… nesta está incorporado um agente que se aproxima do transgressor e diz: Sabes o que acabaste de fazer? Sabes que acabaste de perder a tua identidade? O teu nome? O BI? Que passaste a ser um numero? Que deste cabo da vida, quando deverias estar a trabalhar, a estudar a olhar por uma família, já te deste conta das perdas?

Perante estas palavras impera o silêncio… um silêncio que é mortífero… dá que pensar… perde-se muito por tão pouco…

Eu perdi o sono… mas poderei recuperá-lo… e ele irá recuperar o seu?

Após o abandono de todo o staff do local do crime tive que enaltecer pessoalmente o serviço prestado pelo 112 sem me questionarem, pela rápida passagem da minha chamada á central operacional da PSP que coordena as viaturas no concelho, e a sua intervenção rápida assim como os meios que colocaram ao dispor da ocorrência.

Sei que lhes foi passado via rádio a minha mensagem de dever cumprido e que de resposta tive um disponha sempre (mande vir)… o mande vir mando sempre, seja bem ou mal.

Sou muito critica e não me poupo nas palavras aguçadas, mas também sei reconhecer os que se esmeram por fazer um bom trabalho!

A culpa foi do pudim…

Mrs. Indigitada



sábado, 15 de maio de 2010

Sem sono e em dilemas …


A culpa é do tempo só pode, ora chove ora faz sol, quando devia estar já uma brasa a bronzear a malta que se quer de trapinhos nesta época do ano, andamos encobertos como o tempo… e macambúzios!

Com o despertador todo trocado, ora se chove toca mais tarde ora se faz sol apita de contente a horas decentes todo cheio de tremeliques para aproveitar cada raiozinho de sol.

Irra que não sei que horas marcar no dito se o contradigo e não me deito se me deite e o abafe 1º dilema.

Não sei se devo tirar a roupa do baú e virar lavadeira da roupa branca ou fazer da maquina uma escrava sem direito a folga o fim-de-semana todo 2º dilema.

Se for contar carneirinhos ainda me sai a negra do rebanho e acabo o resto da noite num rodopio estonteante, o melhor mesmo é ceder ao cansaço, cair para o lado redondinha em concha… contar os dias que faltam para me estender numa praia de areia branca bem lá longe a divagar para cá e para lá ao sabor do vento até adormecer 3º dilema resolvido!

Temos fim-de-semana a alforriar esforços numa poltrona a saborear a leitura atrasada num contemplar do não se faz nada está tudo feito!

E aqui quem manda sou eu ó Sr. do tiq-taq vais ser abafado porque eu ainda sei jogar ao berlinde.

Mrs. Indigitada

Deveria ter telefonado ao 1º em vez de escrever?



Hoje pergunto-me porquê não lhe telefonei eu a pedir uma audiência como se pede ao Papa quando se vai a Roma? Se o Papa me recebeu porque não me havia de receber o Sr. 1º?

Provavelmente teria me sido dito que não acede a audiências aos súbitos do seu reinado, deveria ter insistido, podia ter aderido a um baixo assinado com um numero de assinaturas assustador que o fizesse ceder, pois a resposta incumbida do senhor Primeiro Ministro de que “foi prestada a devida atenção” não me devia ter sossegado!

Que de atenção nada teve, hoje temos a resposta que deveria ter sido dada à 2 anos, resposta recheada ainda de muitas dúvidas que ainda agora vai a procissão no adro.

Belo timing sim Senhor, aproveita-se que anda tudo encandeado com a vitoria do Glorioso e com a visita do Papa e satisfeitos com umas folgazinhas ao trabalho justificadas pela vinda de sua santidade e zucaaaaa mostra-nos o inferno numa altura em que a malta está desatenta!

Nada é por acaso não Senhor, dizem que há hora para tudo e esta foi a de aprendermos a rezar, até nos deu o Papa mesmo não sendo católico acredita em milagres e que teremos salvação.

Temos pois mas se tiverem a coragem de bater no fundo de desarmar as minas que estão por todo o lado que se saiba (os senhores dos prémios de bom desempenho ao favor do nosso fadado estado) empresas que tem tudo para dar lucro assim também nós chamávamos empenho ao dinheiro dado, coragem de afundar os submarinos que nunca deveriam vir ao de cimo, passarem a usar os carritos de milhares por um período indeterminado até pifarem, como os comuns em vez de 4 em 4 anos remodelarem a frota para mostrar a todos os topos de gama que a maioria não há-de nunca sonhar.

Temos salvação sim se este Estado não entrar em Estado de falência por tanta incompetência…

Venha a penitência que eu já estou como o outro “Crise? Ando em crise desde 92 já nem sei viver sem ela…”

Nós gostamos de ser mal tratados, sempre fomos mal amados, somos nós os Senhores destes fados…

Mrs. Indigitada

Carta ao 1º Ministro a Setembro de 2008


Muito Bom Dia Dr. Pedro Lourtie,

Desde já lhe agradeço o facto de prestar a sua atenção por 5 minutos a este texto, gostaria que o fizesse chegar ás mãos do nosso 1º Ministro Sr. Eng. Sócrates.

Sou uma simples cidadã portuguesa entre muitos milhares que olha cada vez mais para o lado a cada passo que dá, vindo a verificar em meu redor que no espaço de um mês a sensação de insegurança vivida por este pacato povo aumenta a cada instante, permitindo uma espécie de “paranóia colectiva”.

Tenho a oportunidade de lidar diariamente com dezenas de pessoas por motivos profissionais e vou constatando de dia para dia que a “depressão instalada” pela crise e défice, está a agravar-se com o “medo” perante os crimes que tem vindo a público.

De certo que os meios de comunicação Social estão a alimentar o seu share à conta dos últimos acontecimentos, mas só o fazem porque realmente estão “ai” é uma realidade com a qual todos nós temos sido bombardeados diariamente.

Tenho aguardado assim como a maioria dos portugueses uma intervenção firme e de convicção por parte do 1º Ministro para desdramatizar os últimos acontecimentos e com isso trazer alguma paz a esta inquietude.

Bem sei que não será fácil tomarem as decisões mais correctas mas tem que o fazer o mais rápido possível, a bem do país e do Governo que se quer manter nas próximas eleições.

Numa breve análise económica simples feita por uma leiga como eu, se não transparecer rapidamente para o país que o Governo vai agir ao mais alto nível e que a sensação de impunidade que reina é um mero engano.

Iremos possivelmente ver agravada a situação económica do país, ora vejamos como:

-Menos investimentos por parte de pequenos e médios empresários por temor de furto das mercadorias, (muitos demonstram já a determinação na contenção de investimento).

-Menos cidadãos nas nossas ruas à noite, por receio (logo menos encaixe de receitas por parte de pequenas e médias empresas, restaurantes, bares…)

-Menos turistas em breve (resultado da má imagem que o país está a divulgar)

-Menos exposição pública por parte dos cidadãos que tem realmente dinheiro (menos irão consumir dentro do país)

Resultado: Menos encaixe de impostos, aumento do desemprego e um desânimo ainda maior deste “nosso povo” que já nasceu com o triste fado.

Não basta o Ministro da Administração interna vir a público, a actual situação requer a presença do 1º Ministro.

Aqui deixo alguns desabafos, sem querer ser mal interpretada, apenas é a visão de uma simples cidadã que está preocupada com o novo acordar do amanhã.

È necessário animar este país, dar confiança e esperança para acreditarmos que podemos crescer sem ter que olhar para trás, é isso o que os Portugueses e estrangeiros que acolhemos esperam de vós.

Com os Melhores Cumprimentos,
Mrs. Indigitada

Esta foi a resposta:

Exma. Senhora

Encarrega-me o Senhor Primeiro Ministro de acusar a recepção do e-mail de V. Exa. e de informar que lhe foi prestada a devida atenção.

Com os melhores cumprimentos

Isabel Viegas
Adjunta do Gabinete
(por delegação)

Palavras para quê?


Enquanto ele bater as palavras serão em vão...
Para que se oiça em silêncio é lindo:
Mrs. Indigitada

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Um abraço num laço…


Há muito que esse laço não me sufocava a garganta…
Há muito que não me entrançava assim num abraço distante… num aperto imaginário, num clamor silencioso…

Há muito que não me via assim desarmada de afectos, daqueles reclamadores que não escolhem hora nem dia, chegam instalam-se e pronto lá estão eles a abrir brechas nos alicerces de betão.

Todos contendes a exibirem-se sem melindre dispostos a vencerem-me a altivez e as ideias preconcebidas de que ser firme e tesa nos leva longe…

Leva longe sim, para longe do que deveria estar perto…
Tão longe que quando se resgata é um começar tudo de novo, um estágio intensivo do que não devemos descuidar… olhar em frente sem olhar para os lados por vezes atropela-nos a vida…

Há muito que não reclamava por um abraço… daqueles que nos enchem a alma de tudo e de nada… num enlaço de um suspiro profundo…

Que leveza de alma a minha… quando me salva de vez em vez e me chama á razão… Num contemplar da simplicidade de um abraço…

Hoje apetece-me abraços somente…

Mrs. Indigitada

domingo, 4 de abril de 2010

Em tempo de Páscoa eu sou do contra…


Confesso que não sou muito dada a festividades religiosas, acabo sempre por achar que a maioria das pessoas nem sabe o que festeja e as que sabe, questiono-me até que ponto estão nos dias de hoje convictas dos seus “Deuses” impingidos durante séculos?

Quando a Igreja católica anda hoje de boca em boca por prevaricar e ocultar a vergonha dos homens que se dizem representantes de Deus. Que Deus me acuda nestas horas em que me apetece gritar bem alto seus Hipócritas, Manipuladores dos Fracos!

Agradeço ter tido a consciência bem cedo do Ateísmo e agarrar-me ao ver para crer… mas mesmo sendo do contra lá vou seguindo as tendências e não estrago as festas com a minha ausência.

Mas certo é… que no meio dos ovos não me apanham eles nem hei-de vestir o fato da coelhinha bem comportada mais depressa me viriam de Diabinho a abanar a cauda.

Mas pronto inventaram a Páscoa e como a maioria que deixa os mimos dos doces para o fim, lá fui na maré de gente descobrir o que oferecer aos gulosos lá de casa.

1º Registo que tenho na memória: Nada de amêndoas nem de ovos é proibido e além de mais é a secção mais apinhada de galinhas e galos a cacarejar os preços enquanto se divertem nas apalpadelas ás embalagens (aja paciência)!

2º Se temos que seguir o ritual que seja com alguma criatividade e que o mesmo tenha alguma utilidade. Ok aposto nos chocolates, tabuletas de chocolates para os crescidos eles deliciam-se com chocolate negro elas adoram as avelãs envoltas em chocolate de leite em comum o nome “Jubileu” a condizer com o tema 50% mais baratos e de melhor qualidade 70% de cacau versus amêndoas rançosas que já andaram de mão em mão para lhes sentirem o peso na carteira.

3º Os putos também tem direito a um miminho doce (Pintarolas) são coloridas vem em embalagens de 4 tubinhos e prometem durar mais que a Páscoa vantagem para o de 4 anos é que sempre vai treinando as cores e eu ainda ganho umas pintas com a brincadeira!

4º Descobrir o que juntar ás Pintarolas que fosse divertido e na minha busca acabei na secção dos Dinossauros, saltou-me à vista umas caixinhas que tinha escrito “Desenterra e monta este extraordinário Dinossauro” inclui martelo e escova, fabuloso ora dou-lhes trabalho, aguço-lhes a destreza e sempre acabam por saber quem foi o Iguanodonte e o Tricerátopo, mas como sou pior que eles entusiasmei-me e acrescentei mais 2 caixinhas estas com ovos de Dinossauros também a apelar ao mote da época.

5º Seguir a secção de livros infantis e mais uma vez incutir o hábito da leitura e lhes roubar tempo ao maldito computador, o inimigo nº 1 de todas as crianças e a salvação de muitos pais infelizmente.

Ufaaa é estonteante remar sempre contra a maré quem me manda a mim ser do contra?

Mrs. Indigitada

sábado, 3 de abril de 2010

Um Sapo á minha porta…


Sim á minha porta leram bem, mais propriamente na maçaneta da porta com os olhos arregalados á minha espera se não estivesse eu em bom estado e ainda com alguma lucidez era bem capaz de não o ter visto e do esborrachar num aperto de mão.

Mas para sorte dele e azar meu, tinha um sapo á porta que me impedia de entrar no apartamento, com o susto dei um salto daqueles que acordei meia vizinhança, estávamos em Cuba e havia sapos á solta, que raio tinha logo que abancar na maçaneta e logo na minha?

Fez-me recuar no tempo em que dei boleia a um lagarto e logo me dou a perguntar qual seria o fascínio destes animais viscosos pela minha companhia?

Um colega que ouviu a algazarra, prontamente se disponibilizou a juntar á festa e em tom de gozo dizia: é o teu príncipe encantado não o enxotes tens que o beijar está enfeitiçado!

Brrgggg era tão feio o bicho e tinha uns olhos tão grandes e negros… seria incapaz de tal façanha em troca do tal belo conto de fadas e a cambada ria-se da minha indignação por ser a única com sapos á porta, porque terá ele escolhido a minha?

Ainda hoje não sei a resposta mas suspeito de uma cubana que me ofereceu um sapo de madeira em modo de agradecimento por eu ter promovido e lá está ter negociado os quadros do filho junto dos meus colegas de viagem (á minha conta venderam mais de 20), disse-me que era para ter boa sorte e deu-me um sorriso lindo!

Que sorte a minha ser presenteada por sapos todas as noites, cada vez que regressava aos meus aposentos levava escolta tipo peregrinação de capangas enxotadores de bichos feios e já era motivo de risada entre o grupo pois eu era a única que tinha sapos á porta, no tapete, na parede, enfim fui a eleita pela bixarada e todos contentes promoviam o final das noites avisando os que ficavam no Rum (vamos acompanhar a princesa e enxotar os sapos).

Dizem que nada é por acaso e verdade seja dita considero-me uma mulher de sorte com sapos e sem eles!

Mrs. Indigitada

Rebeldia de crianças…


Diz-se que as crianças devem explorar, descobrir e encontrar o caminho para se desenvencilharem cedo e criar competências, não sei se os meus pais sabiam disso quando aos 5 anos me deixavam ir brincar para a rua sem ser visionada por um adulto.

Mas aqui vai um bem aja para eles, por me soltarem na rua com tanta liberdade.

Bem cedo aprendi que as miúdas mais velhas adoravam molhar a sopa nas mais novas para impor o seu poder e que um dia eu saberia mais truques do que elas e lhes daria o troco em duplicado.

Verdade que dei mas não ás mesmas, ainda hoje admito que devo ter sido um terror na vida daquelas 2 amiguinhas de bairro, que todos os dias corriam a minha frente para a escola e de regresso a fugir do meu guarda-chuva que parecia que tinha vida própria, não soubesse eu que o comandava diria que estava possuído eheheh

Um dia elas também aprenderam que 1 + 1 são dois e que se juntassem me fariam frente e fizeram ai se fizeram, ao ponto de se tornarem as minhas melhores amigas durante anos, ai aprendi se não podes com eles junta-te a eles.

Nessas viagens de rua acima e rua abaixo descobri o sabor da adrenalina nos carrinhos de rolamentos e de como se cai e nos temos que levantar sem ajuda, hoje sei o porquê do meu fascinio pelos karts e a velocidade e que as mossas que nos ficam para sempre nos joelhos são os nossos primeiros prémios.

Desvendei bem cedo que os meninos discutem por tudo e por nada e de como ficavam chateados por eu lhes abafar os berlindes a fazer batota. Hoje sei o porquê de não gostar de ir ao futebol.

Nesses tempos adorava ficar sentadita numa pedra maior que eu, a observar o trabalho dos homens das obras a questionar tudo o que faziam e dizia cheia de orgulho quando for grande vou construir casas como tu, era tudo tão fácil cimento e tijolos achava eu eheheh hoje sei que é bem mais complicado com tanta tubagem, canalização e fios para isto e para aquilo, hoje sei que casas não é comigo.

As competências eram outras, artísticas e aprender a negociar, sim a negociar desenhos em troca de tostões para os cromos ou em troca das histórias que inventava e que todos queriam ouvir como se fossem verdadeiras.
Hoje ainda conto histórias e permuto com crianças rebeldes como eu outrora, aprendi cedo que se pode ainda ser criança pela vida fora sem hora marcada.

Mrs. Indigitada